Este é um livro em andamento que posteriormente irá se tornar uma animação em vídeo, acompanhe aqui o rascunho dessa história.
FILHOS DE CRISTO
CAPÍTULO I - O CÉU
Era de manhã, como de costume ele levantou para ir
trabalhar, Carlos era o típico cidadão modelo, tinha um bom emprego, esposa,
filhos, amigos, era estudado, sempre se mantinha informado das notícias e se
comunicava bem com todos, sem exeção.
Nascido e criado em São Paulo, tinha um pai que
demonstrava pouco os sentimentos, mas o amava à sua maneira, uma mãe dedicada,
companheira e amorosa que “ não passava a mão na cabeça”, o certo é o certo e o
errado é corrigido no “vai, passa pra lá” antes da conversa.
Uma pessoa feliz, de boa família, esse era Carlos,
agora espalhado entre os trilhos da estação Sé sentido Jabaquara às exatas 7
horas e 8 minutos da manhã.
Um pequeno descuido, um empurrão, a pressa de alguém atrasado, o clássico lugar
errado, hora errada.
Nada sentiu, foi como acordar, apesar da visão turva, tudo parecia estranhamente escuro demais, neste ponto ele pensou que pudesse estar sonhando, mas a clareza de seus pensamentos e a lucidez do momento diziam o contrário, sim, rapidamente ele notou que seu corpo já não era mais feito de carne, aliás, tudo a sua volta era uma mistura.
Ao mesmo tempo que via a movimentação das pessoas por conta do acidente, seu senso de curiosidade estava em um nível que o próprio fato da sua morte era irrelevante, havia mais seres mortos como ele do que os vivos naquele ambiente.
Sua consciência se limitou a observação e análise lúcida, nenhum resquício de sentimento surgia, sua primeira frase foi “puta que pariu”.
Os mortos vagavam soltos por todos os cantos, alguns rastejavam, outros flutuavam, outros caminhavam normalmente ou mancando, cada qual com um estilo de roupa diferente, de épocas diferentes da história, em comum, todos de roupas rasgadas e manchas esverdeadas no corpo.
Em um instante constatou que a vida neste mundo era uma ilusão total, nos para-médicos, no condutor, nos guardas, nas pessoas em geral, praticamente todos à sua volta tinha um outro “morto” junto, um espectro que estava grudado na pessoa e sussurrava todo instante. Ele podia ouvir à distância quando pensava nisso, podia instantaneamente mudar de local e ir parar em qualquer canto só de olhar e pensar em ir
Nada sentiu, foi como acordar, apesar da visão turva, tudo parecia estranhamente escuro demais, neste ponto ele pensou que pudesse estar sonhando, mas a clareza de seus pensamentos e a lucidez do momento diziam o contrário, sim, rapidamente ele notou que seu corpo já não era mais feito de carne, aliás, tudo a sua volta era uma mistura.
Ao mesmo tempo que via a movimentação das pessoas por conta do acidente, seu senso de curiosidade estava em um nível que o próprio fato da sua morte era irrelevante, havia mais seres mortos como ele do que os vivos naquele ambiente.
Sua consciência se limitou a observação e análise lúcida, nenhum resquício de sentimento surgia, sua primeira frase foi “puta que pariu”.
Os mortos vagavam soltos por todos os cantos, alguns rastejavam, outros flutuavam, outros caminhavam normalmente ou mancando, cada qual com um estilo de roupa diferente, de épocas diferentes da história, em comum, todos de roupas rasgadas e manchas esverdeadas no corpo.
Em um instante constatou que a vida neste mundo era uma ilusão total, nos para-médicos, no condutor, nos guardas, nas pessoas em geral, praticamente todos à sua volta tinha um outro “morto” junto, um espectro que estava grudado na pessoa e sussurrava todo instante. Ele podia ouvir à distância quando pensava nisso, podia instantaneamente mudar de local e ir parar em qualquer canto só de olhar e pensar em ir
Percebeu que os espectros se nutriam da negatividade que era emanada dos sentimentos das pessoas e que cada pessoa tinha uma certa luz própria que envolvia o corpo em uma mistura de cores, cada qual a sua maneira individual, todas diferentes.
Um brilho forte piscou junto com um metrô que passou
do outro lado em velocidade, isso chamou sua atenção e o levou para lá, porém
ele não encontrou nada, apenas mais pessoas comuns e mais espectros.
Estranhamente os espectros não interagiam com ele,
mesmo ele ficando frente a frente, se comportavam como os “vivos”, simplesmente
como se ele não estivesse ali.
Alguns espectros vagavam sozinhos, outros grudados nas pessoas, outros em pequenos grupos.
Ele quis ver mais, saber mais, naquela altura ao que tudo indicava se existisse um céu ou inferno a recepção já estava meio atrasada.
Alguns espectros vagavam sozinhos, outros grudados nas pessoas, outros em pequenos grupos.
Ele quis ver mais, saber mais, naquela altura ao que tudo indicava se existisse um céu ou inferno a recepção já estava meio atrasada.
Assim se viu no ar, flutuando acima da igreja na Praça
da Sé, notou a grande movimentação de espectros e pessoas para todos os lados,
começou a notar pessoas que emanavam uma luz mais forte, pessoas que a luz era
muito fraca e pessoas que emanavam espectros pequenos.
Abaixo, na igreja, seres que eram diferentes dos
espectros estavam de pé na entrada, e rodeavam o local como quem faz segurança.
Ao analisar seu próprio corpo meio transparente e
cintilante, notou ter certa semelhança com esses seres e se viu na porta da
igreja frente aos gigantes de cabelo curto e túnica branca.
“Quem é você? Se apresente.” Disse um dos dois
“guardas” na frente da igreja e neste momento ele percebeu que seus pensamentos
falavam mais alto que sua voz quando era “vivo”.
“Sou um morto, não tá vendo?” Essa foi a resposta imediata da sua mente arrependida pela arrogância gratuita.
“Sou um morto, não tá vendo?” Essa foi a resposta imediata da sua mente arrependida pela arrogância gratuita.
“Não pode entrar aqui morto, vai embora!” foi a
resposta recebida junto com o primeiro sentimento que teve até então; senso de
perigo.
Ele pôde sentir a presença e a hostilidade daquela
consciência que se dirigia à ele, sentiu toda a força que estava por vir ao seu
encontro e com isso, prontamente se sentiu ameaçado e alerta para defesa.
“Ei Rolt, calma aí grandão.. isso não é jeito de
tratar um filho de deus”
Essas palavras emanavam no ar, se repetindo em pequenas nuances de tons, era como música, um canto com voz principal e várias outras vozes mais baixas até beirar o inaldível.
Se projetando pela porta, como um fantasma dos filmes,
se apresentou uma silhueta primeiro de luz forte, branca e dourada, que foi
diminuindo de intensidade até dar forma à um homem de pele clara, cabelos
longos e loiros, vestido com uma túnica branca e detalhes azuis, de suas
costas, uma forte luz emanava de forma similar as asas das aves quando estão
abertas.
Desta vez ele se sentiu surpreso e sem ação.
“Não fique encarando as asas cara, elas tem vergonha”
disse o homem.
“Desculpe” ele respondeu embaraçado.
“Relaxa Carlos, estou brincando, deve estar muito confuso agora né? Vem comigo, posso te explicar tudo, sou Mael, anjo do senhor.”
Mael oscilava sua luz enquanto se comunicava, sua
presença era quente e acolhedora, de olhar sincero e sorriso amigável. Era como
se os dois estivessem conectados, enquanto Mael começou a se afastar para
dentro da igreja, Carlos sentiu vontade de seguí-lo automaticamente.
Do lado esquerdo da visão, um brilho forte passou
rápido novamente e tirou sua atenção de Mael, ele olhou para a direção e antes
de se mover, Mael segurou seu braço.
“Ei onde você vai Carlos?” disse calmo, segurando
firme.
Ele olhou para Mael, “Quero ver o que é aquele brilho
ali, calma ai”, disse tentando puxar o braço, mas não conseguiu se soltar.
“Calma Carlos, de qual brilho está falando? Aqui fora
é perigoso, melhor a gente entrar logo.”
O brilho era intenso, era como todas as cores e mais algumas que ele nunca tinha visto envolvendo um forte branco no tom que o Sol emite, uma dança de cores vivas e irradiantes, era impossível não ver aquilo correndo no meio da praça em direção contrária a igreja.
O brilho era intenso, era como todas as cores e mais algumas que ele nunca tinha visto envolvendo um forte branco no tom que o Sol emite, uma dança de cores vivas e irradiantes, era impossível não ver aquilo correndo no meio da praça em direção contrária a igreja.
Ele olhou para Mael e percebeu o anjo do senhor
procurando o brilho.
“Vamos Carlos, não tem nada aqui, a morte traz
alucinações também, posso te explicar tudo em segurança, lá dentro, vamos...”
disse Mael puxando o braço que estava segurando.
“Meu nome não é Carlos!!!” gritou puxando o braço.
Ele se soltou tão rápido que arrancou o braço de Mael
do próprio ombro fazendo com que um líquido negro começasse a jorrar.
“RRRRAAAHHHHIIIIIRRRSSSZZAAAIIIAAAHHRR!!!!”
Foi o grito descontrolado de dor que saiu de Mael que babava, junto tocou o som do sino das 8:00hs, ele tremia enquanto segurava o ombro esquerdo que não parava de “sangrar”.
“PEGUEM ESSE MALDITO!” ordenou aos guardas salivando.
Prontamente os dois avançaram e Mael só conseguiu ver
o impacto e os dois guardas com a boca torta entreaberta e pescoço
completamente virado para traz, queixo na nuca, eles travaram onde estavam e só
seus olhos mexiam com pequenos trancos esquisitos para os dois lados, pareciam
querer dizer alguma coisa, mas Mael só entendia um sentimento naquele momento;
terror.
Após socar os
guardas ele correu em direção ao brilho, escutava os pensamentos das pessoas
como vozes altas, os sussurros dos espectros e o sino que tocava de fundo.
A medida que se aproximava o brilho foi perdendo a
intensidade, até se dissipar e dar lugar à silhueta de um rapaz correndo de
mochila.
O rapaz não tinha nenhum espectro, seu pensamento era
único:
“Vai dar tempo”
Ele seguiu o rapaz até um prédio, era office-boy,
fazia entregas de documentos e aquela era a sua primeira do dia.
O prédio era cheio de um tipo de mofo negro e escuro
que escorria dos cantos das paredes, certamente os “vivos” não viam aquilo, ao
contrário, viam um edifício comercial belo e sofisticado.
A entrega foi deixada na portaria e o rapaz saiu
aliviado de ter conseguido a tempo. Ao caminhar na faixa de pedestres ele parou
no meio da avenida e olhou diretamente nos olhos do seu acompanhante sem saber,
sem enxergar nada além do céu azul com poucas nuvens.
“O dia hoje está bonito” pensou o rapaz.
Ao ouvir o pensamento do rapaz ele olhou para cima,
viu no céu estruturas perfeitamente geométricas, a parte de baixo de
plataformas flutuantes pra onde outros espíritos estavam subindo pelo ar.
Quando voltou o olhar o rapaz estava correndo
novamente, desta vez para um ponto de ônibus, ele o seguiu até a empresa onde
trabalha.
Ao chegar o rapaz foi chamado pelo diretor e foi
demitido, motoboys faziam o dobro do serviço em menos tempo e metade do custo.
Seu nome é Ruan, gosta de ouvir música no fone pelo
celular, enquanto estava voltando para casa pensava em como ajudar sua avó com
os remédios, era sua única família, seus pais e avô haviam falecido em um
trágico acidente de carro.
“Meu nome...” ele pensou enquanto acompanhava o Ruan,
não sabia porque seguia o garoto, estaria se tornando em espectro?
Nesse momento assuntos como reencarnação e vidas
passadas sondavam sua consciência, as estruturas acima da cidade eram várias em
todo lugar e isso começou a atiçar sua curiosidade.
Algo ainda o fazia seguir o garoto, mas o que?
Neste instante, um homem dá sinal para o ônibus, ele
carrega um semblante triste, pede carona e o motorista o destrata.
Ruan se levanta, tinha apenas 5 reais no bolso
reservado para um pastel, ele se oferece para pagar a passagem e sobra 2 reais.
“Precisamos
mudar esse mundo..”
Ele estranhou o pensamento do rapaz, era puro,
sincero, ele realmente mudaria o mundo se pudesse, mudaria as mentes, ver
alguém tão jovem com o pensamento assim, de ajudar por instinto, foi algo que
lhe despertou admiração.
O homem que
pediu carona era divorciado, ia visitar sua filha, desempregado, aluguel
atrasado, mal comia 3 vezes na semana, fazia alguns bicos para se virar e só
pensava em uma coisa, roubar uma bolacha no mercado para dar de presente quando
chegasse.
Ruan estava com a mente longe, envolvido na música, de
repente, se levantou, foi até o homem e ofereceu os últimos 2 reais que tinha.
“Você pode precisar mais que eu agora..” disse para o homem.
“Você pode precisar mais que eu agora..” disse para o homem.
Neste momento o homem esvaziou sua mente, era o
dinheiro exato, ele sentiu um conforto tão forte no peito que não conteve as
lágrimas, agradeceu o garoto mais uma vez, o gesto foi tão natural, a forma que
foi tratado foi tão de igual, que em nenhum momento se sentiu ajudado, parecia
um presente de irmão, destino talvez, aquilo o reanimou para a vida, despertou
sua consciência para o bem, para fazer com que outros sentissem o mesmo,
daquele momento em diante ele estava completamente mudado interiormente.
Ao mesmo tempo, observando dos bastidores, em estado
de espírito ele pôde ver sair da cabeça daquele homem uma mancha preta, que
como um filme mostrava seu futuro sendo preso ao tentar assaltar o mercado, 5
anos de cadeia o esperavam, por conta disso sua filha desistiria da escola e da
carreira como professora quando adulta, isso foi se dissipando e a luz emitida
por aquele homem, ficou mais intensa.
Também observou que Ruan sentia fome, mas se sentia
aliviado por alguma razão sem explicação para ele e isso o fez sentir bem.
Sem nome, ele pensou em sua vida como Carlos e quantas
vezes teve tal atitude como aquela que teve o garoto, não recordou nenhuma.
Uma vida inteira de estudo, bens materiais e status
social que naquele momento não valia o pequeno gesto que tinha acabado de
presenciar.
O bem sem olhar a quem independente da própria
necessidade..
“Nada fiz por ninguém, só por mim. Era meu estudo, meu dinheiro, meus amigos, minha mulher, meus pais, meus filhos, minha vida, talvez nunca tenha os visto como as pessoas que são, dado o devido valor as suas idéias e desejos que não fossem em meu benefício.”
“Nada fiz por ninguém, só por mim. Era meu estudo, meu dinheiro, meus amigos, minha mulher, meus pais, meus filhos, minha vida, talvez nunca tenha os visto como as pessoas que são, dado o devido valor as suas idéias e desejos que não fossem em meu benefício.”
Nesse momento
Ruan olhou novamente nos olhos do espírito sem nome, ele só observa em direção
a uma janela do ônibus buscando olhar o céu mais uma vez.
“O dia está bonito hoje”
Desta vez ele não tirou os olhos do garoto, sorriu e
um raio de sol passou por ele atingindo Ruan que também sorriu e desceu do
ônibus.
Chegando em casa, Ruan se deparou com sua avó no chão,
ela sofria de fortes dores por conta do acidente, mas sempre teimava em fazer
algo ao invés de repousar, ele viu um balde de água caído, um rodo com pano
jogado do outro lado da cozinha e a perna dela estava quebrada, metade do osso
da canela para fora.
A poça de sangue vinda da perna aumentava enquanto ele
se aproximava correndo, ela tremia só a cabeça constantemente e dava leves
trancos com o dorso do corpo, em choque.
Dos bastidores, ainda sem nome definido, ele observava
o garoto apavorado, também o espírito da senhora instável entre dois mundos.
O rapaz correu para o telefone para chamar a emergência.
Pelos bastidores o espírito se aproximou da senhora e
com as mãos empurrou o espírito dela para o corpo, ela estabilizou no corpo e
parou de tremer, em seguida recuperou a consciência.
“Ru.. Ruan!” ela chamou.
Ele correu para perto dela.
“Calma vó o resgate tá vindo! Não fala nada!”
“Ruan... pede pro seu amigo.. me curar de novo..”
“Que amigo vó? Fica quieta pra não piorar, por favor,
calma!”
“Menino me.. me escuta..”
“Põe a mão.. na minha perna e... pede pra ele me curar..”
“Do que a senhora tá falando eu tô sozinho vó”
Com o último fôlego ela gritou direto da alma:
“Ruan faz isso pra eu não morrer!”
Nesse momento subiu um gelo no estômago dele e sem
pensar, já com lágrimas nos olhos ele pois as duas mãos no osso exposto e
gritou:
“CURAA!”
Um clarão intenso foi visto saindo de dentro da casa
junto com o grito, os para-medicos estavam do lado de fora e recuaram, os
vizinhos da calçada viram com medo, os carros que passavam, todos em volta,
ouviram e viram a luz.
Ele sentiu tudo, o osso descendo, entrando na pele,
raspando no outro, encaixando no lugar, o músculo se refazendo, a pele
fechando, a cicatrização, até o sangue escorrido secar e evaporar ele sentiu e
viu.
Só o fato do resgate ter chego tão rápido já era
milagre suficiente para aquele dia, mas o destino preparou algo maior.
Várias testemunhas viram o que aconteceu,
especialistas e curiosos, era de fato uma cura divina, um milagre inexplicável.
No momento que a luz se desfez, Ruan viu o espírito
que o acompanhou naquele dia agaichado ao seu lado.
Ele olhou aquela figura luminosa nos olhos e disse:
“Obrigado por hoje Adão.”
CAPÍTULO II – O PLANETA
Julia conhece a Consciência do Planeta.
CAPÍTULO III – AS ESTRELAS
Missão Kamikaze. O Astronauta Jorge entra em um Buraco
Negro.
CAPÍTULO IV – TREVAS
Existe Cura? Sr. Ramon vive com Alzeimer dês dos 7
anos de idade.
CAPÍTULO V – LUZ
Uma Sociedade Secreta revela toda sua Verdade para o
mundo.
CAPÍTULO VI – REVOLUÇÃO
Paralize. O dia que o planeta gritou “chega!”.
CAPÍTULO VII – EVOLUÇÃO
Um novo dia para a raça humana.
CAPÍTULO VIII – VISITA INESPERADA
Saturno bate à porta.
CAPÍTULO IX – O INFINITO
Ruan, Julia, Jorge,
Sr. Ramon e Natália, o poder que cria universos.
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